Falsa Médica é Condenada por Falsidade Ideológica e Estelionato

Nesta segunda-feira (30), a Justiça de Campinas (SP) condenou Simone Martins Ferreira por crimes de falsidade ideológica, estelionato e exercício ilegal da medicina. A pena imposta pela sentença é de seis anos e dois meses de prisão em regime inicial fechado. A decisão, divulgada recentemente, ainda está sujeita ao recurso.

Simone Martins Ferreira havia sido revelada em maio deste ano para atuar como médica, utilizando o registro de um profissional da área no Rio de Janeiro. A revelação feita de maneira exclusiva à época destacou que Simone vinha prestando serviços médicos há, pelo menos, dois anos com o registro fraudulento.

A Polícia Civil apreendeu diversos itens na posse de Simone, incluindo receituários de controle especial, carimbos, equipamentos médicos, insumos e seringas, além de uma credencial da Federação Paulista de Futebol (FPF). Além da observação, a juíza responsável pelo caso manteve a prisão preventiva de Simone Martins Ferreira, argumentando que essa medida é necessária para garantir “a segurança da ordem pública e a aplicação da lei penal”.

A decisão da juíza Thais Fortunato Bim, da 6ª Vara Criminal de Campinas, negou a Simone o direito de apelar em liberdade devido ao regime de pena previsto e à gravidade dos crimes pelos quais foi condenada. A juíza também enfatizou que a prisão preventiva já havia sido mantida durante o processo, e não existem justificativas para sua revogação.

Simone Martins Ferreira havia sido presa em flagrante pela Polícia Civil em 22 de maio deste ano, após ser descoberta em seu consultório médico. Anteriormente, ela já havia sido presa por resistência em agosto de 2022 durante o cumprimento de um mandato de busca e apreensão, mas havia sido liberada mediante pagamento de fiança. Simone, que é formada em farmácia, esteve envolvida em diversas denúncias e processos relacionados ao estelionato.

Durante a investigação que levou à sua prisão, o delegado responsável, Luiz Fernando Dias de Oliveira, ressaltou a dificuldade de localizá-la devido às constantes mudanças de endereço, o que indicava que ela não realizava atendimentos físicos. Entretanto, no dia da prisão, ela foi flagrada enquanto assinava e carimbava uma receita médica, o que caracterizou o flagrante por exercício ilegal da medicina. De acordo com Oliveira, ela "se apresentou como médica, apresentou credenciais, prescreveu, aferiu pressão e acabou carimbando e assinando um receituário."