07/06/2023 às 15h20min - Atualizada em 07/06/2023 às 15h20min

Nasce primeiro bebê do mundo de útero transplantado por um robô

Em mais um avanço de uma equipe da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, tanto a cirurgia da doadora quanto a da receptora do órgão foram assistidas por robôs

 
 

Uma equipe científica da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, conseguiu realizar com sucesso um transplante de útero completo, feito a partir de cirurgias menos invasivas, com robôs. O primeiro bebê nascido depois do procedimento, um menino, veio ao mundo saudável, no último dia 25 de maio, com 49 centímetros e 3,1 kg, em uma cesariana planejada. A criança, a mãe e a doadora estão bem. A mãe tem 35 anos e a doadora do útero é uma pessoa da família.

Câmeras e braços robóticos, com instrumentos cirúrgicos conectados a eles, são inseridos nos pacientes por pequenos orifícios feitos na parte inferior da barriga. Os médicos operam esses braços robóticos, por um controle externo, como se fosse um joystick de videogame, enquanto enxergam por imagens 3D, o que permite uma grande precisão.

Segundo o artigo publicado no site da Universidade de Gotemburgo, neste caso, o transplante foi realizado no Hospital Universitário Sahlgrenska, em outubro de 2021. Na doadora, o útero foi removido passo a passo, por cirurgia robótica. A última etapa envolveu separar o órgão dos vasos sanguíneos e retirá-lo via vaginal, em uma bolsa laparoscópica.

Então, na receptora, foi possível inserir o útero por meio de uma pequena incisão. Primeiro, o órgão foi suturado aos vasos sanguíneos e, em seguida, suturado na vagina e no tecido de suporte. Todas essas etapas foram auxiliadas por cirurgia robótica.

Dez meses depois, um embrião criado por fertilização in vitro (FIV) foi inserido no útero transplantado e, algumas semanas depois, a gravidez foi confirmada. De acordo com os pesquisadores, a mãe se sentiu bem e não teve intercorrências ao longo da gestação. A cesariana foi planejada para a 38ª semana.

Pernilla Dahm-Kähler, professora adjunta de obstetrícia e ginecologia na Academia Sahlgrenska, da Universidade de Gotemburgo, também é ginecologista e médica consultora sênior no Hospital Universitário Sahlgrenska. Ela foi a cirurgiã-principal na operação de inserção de útero na receptora e disse: “Com a cirurgia assistida por robô, podemos realizar cirurgias de precisão ultrafina. A técnica oferece um acesso muito bom para operar profundamente na pelve. Esta é a cirurgia do futuro e estamos orgulhosos e felizes por termos conseguido desenvolver transplantes uterinos a este nível técnico minimamente invasivo”.

“Com a técnica assistida por robô, é possível realizar procedimentos que antes eram considerados impossíveis, com a cirurgia convencional. É um privilégio fazer parte da evolução nessa área, com o objetivo geral de minimizar o trauma ao paciente causado pela cirurgia”, afirma Niclas Kvarnström, o cirurgião de transplante responsável pelo projeto de pesquisa e que realizou a complexa sutura dos vasos sanguíneos no receptor.


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