Na manhã desta terça-feira (3), uma manifestação na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) descoberta em um confronto entre um professor e estudantes. Os alunos relatam terem sido alvo de agressões e ameaças com uma faca, enquanto as alegações docentes usaram a arma branca em defesa legítima. A confusão teve início por volta das 7h, dentro das dependências da universidade, quando estudantes visitavam as salas de aula para convocar outros colegas a se unirem a uma paralisação previamente aprovada em uma assembleia estudantil realizada no dia anterior.
Essa ação de apoio às greves em curso em São Paulo. Gustavo Bispo, de 20 anos e diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE), alega ter sido o primeiro alvo das agressões.Ele descreveu o momento em que o professor teria agido com violência logo ao adentrar a sala de aula para explicar os motivos da paralisação. Segundo o relato de Gustavo: "A gente ia dialogar pedindo para esses professores cancelarem as aulas. Eu cheguei na sala primeiro do que ele, parei na porta e falei: 'professor, podemos conversar, posso explicar pra vocês essa paralização?'. Não não houve nem resposta. Ele já falou: 'sai da minha frente'". "[O professor] agarrou meu braço imediatamente. Eu, único estudante negro que estava na sala. Ele me jogou no chão, com os ombros, empurrando, sacou o canivete e me ajudou a esfaquear. Consegui jogar a cadeira em cima dele e consegui correr ", afirmou Gustavo.
De acordo com informações registradas no boletim de ocorrência, o estudante João Gabriel Cruz relatou à polícia que estava participando da paralisação quando avistou o professor chegando à sala de aula. Logo em seguida, Gustavo correu para alertá-lo sobre o protesto. João optou por não entrar no prédio naquele momento, mas informou que um estudante ou alertou que o professor estava portando uma faca.
O estudante então pediu que seus colegas acionassem a segurança. Posteriormente, outros alunos se posicionaram nas saídas do prédio, bloqueando a saída do docente. De acordo com o registro policial, o professor tentou sair do local, o que levou João a gritar que ele estava fugindo. Foi então que o suposto agressor avançou contra João.A universidade, por meio de sua reitoria, repudiou o ocorrido e anunciou que a conduta do funcionário, identificado como Rafael de Freitas Leão, será investigada. Até o momento, não houve informações sobre a recuperação de faca ou detalhes sobre alegações de defesa legítima feitas pelo docente.
A Unicamp informou que tomará as medidas cabíveis após a purificação dos fatos. O boletim de ocorrência foi registrado no plantão policial do 1º Distrito Policial como lesão corporal e incitação ao crime, tendo Rafael como vítima e Gustavo como autor. O caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal.
